Cerca de 80 servidores públicos municipais de Juara, de diversas áreas da administração, participaram no final da tarde desta quinta-feira, dia 18, de um ato público na Praça dos Colonizadores.
A mobilização teve como principal pauta a defesa da implantação do auxílio-alimentação para o funcionalismo público do executivo municipal.
O ato foi coordenado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juara (Sismuj), sob a liderança da presidente Edna Benevides.
Alguns servidores portavam cartazes, com frases direcionadas ao pedido de auxílio-alimentação.
Também participaram a diretoria do sindicato e a advogada da entidade, Amanda Colete, que se revezaram nas falas, reforçando a importância do benefício e defendendo que o município possui condições financeiras para arcar com a despesa.
De forma unânime, os participantes afirmaram que o auxílio-alimentação não representaria um gasto inviável para os cofres públicos e destacaram que o benefício é uma necessidade diante da defasagem salarial enfrentada pelos servidores ao longo dos últimos anos.
Dados obtidos pelo Show de Notícias apontam que a Prefeitura de Juara possui atualmente 1.318 servidores, sendo 724 efetivos, 536 contratados, 52 comissionados e 6 eletivos.
A presidente do Sismuj optou por não conceder entrevista individual à imprensa, mas durante sua fala ao público fez duras críticas à justificativa apresentada pelo Executivo Municipal de que não há recursos disponíveis para a concessão do benefício.
“O prefeito já falou que não tem dinheiro, mas foi feito algum estudo técnico para afirmar isso? No final do ano tem que pagar décimo terceiro de contratados e comissionados, repassar recursos para a OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e nós é que temos que sofrer a penalidade?”, questionou.
Edna Benevides também ressaltou que os servidores não têm tido ganho real nos salários há mais de uma década.
“Desde 2013, quando o Lorão Macarena era prefeito, nós não temos ganho real, só reposição por índice. Em 2020, o RGA foi de 1,55%, que não dá nem cinquenta reais. O RGA de hoje não compra nem um botijão de gás. Nossos aposentados não têm ganho real, o dinheiro vai quase todo para a farmácia”, enfatizou.
Segundo a presidente do sindicato, além do auxílio-alimentação, o movimento também defende outras pautas importantes, como a realização de concurso público. Ela citou ainda a preocupação com os prazos legais, já que 2026 será ano eleitoral, o que pode dificultar a realização de concursos e a implementação de novos benefícios.
“O movimento hoje é pelo vale-alimentação. Concurso público já, e outras reivindicações que nós temos. Se não acontecer no próximo ano, quando vai acontecer? 2027, 2028, sempre com impedimentos por ser ano político?”, completou.
A palavra foi aberta para outros servidores para que se manifestassem, reforçando o clima de mobilização e insatisfação da categoria, que promete manter a luta até que a reivindicação seja analisada e atendida pelo Executivo Municipal.
Não houve definição sobre os próximos passos da mobilização, mas é certo que, inicialmente não haverá paralização dos trabalhos.
Aparicio Cardozo - Show de Notícias
Publicado em 19 de Dezembro de 2025 , 04h18 - Atualizado as 04h46