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Ossos de dinossauros são encontrados em antigos habitats de criaturas pré-históricas na Chapada dos Guimarães
Durante a escavação, os pesquisadores identificaram diferentes tipos de fósseis que indicavam a presença de mais de uma espécie no local.
Por Administrador
Publicado em 12/06/2025 15:23
Notícias

Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) descobriram novos fósseis de dinossauros preservados na Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, região conhecida por ser habitat de diversas espécies pré-históricas há milhões de anos. Conforme a pesquisa, essa é a primeira vez que um conjunto de ossos articulados ou semi-articulados está localizado com esse nível de conservação no local.

Segundo o geólogo e professor da UFMT Caiubi Kuhn, a descoberta é "surpreendente pela qualidade da preservação dos fósseis". Em vez de ossos isolados, como é mais comum em escavações paleontológicas, a equipe encontrou um conjunto significativo de estruturas próximas entre si.

"É muito raro encontrar fósseis articulados ou semiarticulados, então é muito mais comum encontrar um ou outro osso disperso. Aqui estamos encontrando os ossos todos muito próximos um do outro, o que permite descrever com muito mais detalhes os animais que estão aqui enterrados", explicou.

Durante a escavação, os pesquisadores identificaram diferentes tipos de fósseis que indicavam a presença de mais de uma espécie no local. Uma variedade de vestígios sugere que uma área pode ter abrigado, simultaneamente, dinossauros de hábitos e tamanhos distintos, o que amplia a relevância científica do sítio paleontológico.

"Ao menos dois exemplares temos aqui. O mais completo sabe-se que é um terópode, um bípede carnívoro. O mais completo do estado e possivelmente o mais completo do Cretáceo Superior do país. Também se tem fragmentos do saurópode, aqueles herbívoros quadrúpedes de porte maior e também existem evidências de algum animal menor", afirmou o geólogo Rogério Rubert, também professor da UFMT.

O processo de escavação

A escavação dos fósseis exige habilidade e paciência dos pesquisadores, especialmente dos estudantes que participam da atividade em campo, como é o caso da aluna Daiane Emanuele. Para ela, o tamanho das peças e a fragilidade exigiam um cuidado redobrado na hora da remoção.

 

 

Após a fase de escavação, os fósseis seguem para o laboratório da UFMT, onde passam por um processo minucioso de limpeza, conservação e análise. É nesse ambiente controlado que os pesquisadores conseguem identificar com mais precisão as estruturas e reconstruir, um pouco a pouco, o esqueleto dos animais.

“Lá na universidade vamos 'brincando' como se fosse montar um quebra-cabeças, juntando esses vários fragmentos que estão aqui para conseguir identificar qual é cada pedaço desse dinossauro que estava aqui”, explica Kuhn.

“Eu já trabalhei com outros materiais muito pequenos e trabalho com fósseis muito maiores é necessário mais delicadeza do que com os fósseis menores, até porque a peça toda tá muito fragmentada, até mesmo por dentro, então a gente precisa de muita cautela para remover”, disse.

Para evitar danos aos fósseis, os cientistas aplicam aditivos que suportam o material, utilizam algodão, gesso e, em alguns casos, retiram blocos inteiros de rocha contendo diversos ossos para posterior análise em laboratório.

Fonte: G1MT

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